sábado, 7 de agosto de 2010

Aladino e a lâmpada mágica

Há muitos e muitos anos viviam num distante reino da China a viúva de um pobre alfaiate e seu filho Aladim.
Um dia, quando este brincava na praça, um estrangeiro aproximou-se dele e lhe disse:
- Meu menino, você não e filho do alfaiate Mustafá ?
- Sou, sim,
- respondeu Aladim - mas meu pai já morreu ha muito tempo.
- Pois então eu sou seu tio, meu querido sobrinho! Há muitos anos estou viajando; desejava tanto rever meu irmão, e agora estou sabendo que ele esta morto! Quanto sofrimento para mim!
O estrangeiro tomou a mão de Aladim e pediu-lhe que o levasse a casa de sua mãe.
Lá entregou a boa senhora uma bolsa cheia de ouro, dizendo-lhe que fosse comprar uma comida saborosa para o jantar. Na refeição ele contou que estava viajando ha muito tempo, e descreveu todos os países por ele visitados.
No dia seguinte ele saiu com Aladim e comprou-lhe roupas riquíssimas.
Depois visitaram juntos a cidade, dirigindo-se por fim aos magníficos jardins que a cercavam. Pouco a pouco foram-se afastando da cidade, chegando assim ao sopé de uma montanha.
- Paremos aqui, disse o estrangeiro, pois aqui neste lugar lhe vou
mostrar coisas maravilhosas! Enquanto eu faço um fogo com gravetos, você
vai buscar lenha para fazermos uma grande fogueira.
Aladim logo reuniu uma pilha de galhos secos. O estrangeiro acendeu
então a fogueira, pronunciando palavras magicas. No mesmo instante dali
levantou- se uma fumaça espessa. A terra tremeu um pouco, depois
abriu-se, deixando aparecer uma pedra na qual estava presa uma argola de
ferro.
O estrangeiro suspendeu a pedra e uma escada íngreme apareceu.
- Desça esta escada, disse o estrangeiro, e quando você chegar em baixo
achara um salão. Atravesse-o sem parar um instante. No meio desse salão
ha uma porta que da para um jardim. No meio desse jardim, sobre um
pedestal, esta uma lâmpada acesa. Pegue a lâmpada e traga-a para mim. Se
os frutos do jardim lhe apetecerem, pode colhê-los à vontade.
Em seguida ele colocou um anel no dedo de Aladim, dizendo-lhe que este o
protegeria contra qualquer
perigo. Aladim desceu ao subterrâneo e, sem se deter, foi e apanhou a
lâmpada. Já de volta, ele parou para olhar o jardim e viu que ali havia
frutas muito diferentes das outras. Colheu algumas julgando que fossem
de vidro colorido, quando na realidade eram pérolas, rubis, diamantes
e esmeraldas.
O estrangeiro aguardava com impaciência.
- Meu tio, disse Aladim,
ajude-me a subir, por favor.
- Pois não, querido sobrinho, mas então
você primeiro tem que me dar a lâmpada, pois ela lhe pode atrapalhar
para subir.
- Não atrapalha não, meu tio; assim que estiver em cima, eu lhe entrego
a lâmpada.
E continuaram a teimar sem que nenhum cedesse, até que por fim o
estrangeiro teve um acesso de raiva pavoroso e pronunciou umas palavras
mágicas. A pedra então fechou-se sobre si mesma, e Aladim ficou
prisioneiro no subterrâneo.
O estrangeiro era um grande feiticeiro africano que por meio de suas
mágicas descobrira a existência da lâmpada cuja posse poderia torna-lo
mais poderoso que todos os reis da terra. Porem ele próprio não podia
ir busca-la, por isso recorrera a Aladim.
Vendo que não poderia obtê-la, voltou para a África
no mesmo dia. Aladim ja estava fechado no subterrâneo há três dias,
quando, juntando as mãos para implorar ao céu misericórdia, sem querer
esfregou o anel que o magico lhe dera. Imediatamente um em o medonho
apareceu e disse estas palavras:
- Que desejas ? Estamos prontos a te obedecer, eu e todos os escravos do anel.
Aladim gritou :
- Sejas quem for, tira-me deste lugar!
Mal acabara de pronunciar estas palavras e logo viu- se fora do subterrâneo. Assim que chegou a casa, contou a sua mãe o que lhe acontecera, e pediu-lhe um pouco de comida.
- Ali ! meu filho! Que tristeza! eu não tenho nem um pedaço de pão para lhe dar !
- Pois então, minha mãe, dê-me a lâmpada que eu trouxe, e eu irei vendê-la.
- Esta aqui, meu filho, mas esta muito suja. Vou areá- la; assim talvez dêem mais dinheiro por ela.
Assim que começou a esfrega-la, apareceu um gênio pavoroso que disse com uma voz cavernosa:
- Que desejas? Sou teu escravo, e estou pronto a te obedecer, assim como todos os outros escravos da lâmpada.
A mãe de Aladim. desmaiou de susto. Aladim pegou a lâmpada e respondeu:
- Estou com fome, traz alguma coisa para eu comer !
O gênio desapareceu
e voltou trazendo em enorme bandeja de prata 12 pratos cheios de coisas
deliciosas, pão e duas garrafas de um vinho finíssimo, colocando
tudo sobre a mesa; depois desapareceu.
Muitos dias se passaram durante os quais Aladim e sua mãe recorreram uma
porção de vezes a lâmpada.
Uma manhã, enquanto passeava, Aladim ouviu publicar uma ordem do rei
obrigando o povo a fechar todas as portas e janelas das casas, porque a
princesa sua filha ia sair do palácio e não devia ser vista por ninguém.
Esta proclamação despertou em Aladim grande curiosidade de conhecer a
princesa; tendo-a visto, ficou grandemente impressionado por sua
extraordinária beleza.
Voltando para casa, ele não pode conter seu entusiasmo e disse a sua
mãe:
- Eu vi a princesa Badrulbudur. Amo-a e resolvi pedi-la em casamento.
A mãe de Aladim não pode reprimir gargalhada :
- Ora veja, meu filho ! e
está sonhando !
- Não, minha mãe, não estou. E vou-lhe pedir um favor.
Pegue um vaso de bom tamanho, encha-o com as frutas que eu trouxe do
jardim da lâmpada, e leve- o ao rei.
A mãe de Aladim fez tudo o que lhe pedira Aladim. O rei maravilhou-se
com as pedras preciosas que ela lhe ofereceu e disse-lhe:
- Vá, boa mulher, volte para a sua casa. Diga a seu filho que eu aceito a sua proposta, e que lhe concederei minha filha quando ele me enviar 40 bandejas de ouro maciço cheias de pedras preciosas trazidas por 40 escravos negros acompanhados por 40 escravos brancos, todos vestidos luxuosamente.
Logo que sua mãe lhe contou o que se passara, Aladim chamou o gênio, e
exprimiu-lhe seu desejo.
Pouco tempo depois o gênio lhe trazia os tesouros pedidos.
Aladim apresentou-se ao rei com todo seu séquito, no meio das aclamações
de toda a cidade, e as núpcias se realizaram algum tempo depois com
grandes festas.
Aladim mandou construir pelo gênio um palácio digno da princesa, sua
esposa. O palácio maravilhoso ficou pronto em uma única noite. Era feito
com madeiras preciosas e mármore do mais fino.
No centro, debaixo de uma cúpula maciça de ouro e prata, havia um salão
com 24 janelas incrustadas com as mais belas pedras preciosas. Os jovens
esposos viveram felizes alguns anos ate o dia em que o magico, que nunca
esquecia Aladim e não perdia a esperança de reaver a lâmpada
maravilhosa, soube por suas feitiçarias tudo o que acontecera.
No dia seguinte ele retomou o caminho da China e chegou logo a cidade de
Aladim.
Dirigiu-se imediatamente a casa de um negociante de lâmpadas e
comprou-lhe uma dúzia delas. Colocando- as numa cesta, tomou o caminho
do palácio maravilhoso, gritando:
- Quem quer trocar lâmpadas; velhas por novas.
A princesa Badrulbudur ouviu-o.
- Boa idéia, disse ela as suas aias, neste canto ha uma lâmpada velha,
troquem-na por uma nova !
Uma das aias logo foi e trocou a lâmpada velha pela nova.
O mágico saiu imediatamente da cidade. Assim que
ele chegou ao campo, pegou a lâmpada, esfregou-a e disse ao gênio:
- Eu ordeno que retires o palácio de onde ele esta e que o transportes
para a África.
O gênio executou imediatamente a ordem recebida. Aladim estava caçando.
Quando voltou, qual não foi o seu desespero não encontrando seu
palácio nem sua esposa.
O rei, seu sogro, estava louco de raiva, e ameaçou mata-lo se antes de
40 dias não encontrasse sua filha.
Felizmente Aladim possuía ainda o anel do magico. Esfregou-o e o gênio
apareceu.
- Que desejas ? perguntou o gênio.
- Gênio, leva-me para junto da princesa, minha esposa.
Com a rapidez de um relâmpago, achou-se ele na África, bem debaixo da janela do quarto de Badrulbudur. Uma aia avistou-o e preveniu a princesa, que o reconheceu e ir até junto dela.
Não tiveram dificuldade em se apoderar novamente da lâmpada maravilhosa dando um narcótico ao magico, que a trazia escondida dentro de suas roupas.
O gênio da lâmpada logo foi chamado para transportar o palácio para o lugar onde estava antes e o pai de Badrulbudur ficou radiante, encontrando sua filha.
O mágico foi acorrentado e jogado para servir de pasto aos animais ferozes.
Grandes festas celebraram a volta da princesa e de seu esposo. Os dois viveram muito felizes.
Aladim subiu ao trono depois da morte de seu sogro. Reinou sabiamente com Badrulbudur durante longos e longos anos e deixaram filhos ilustres.

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