De Casimiro Cunha
Psicografado por Francisco C Xavier
Tema: Gula
Para crianças de 5 a 12 Anos
Oração da Criança (Emmanuel)
"Amigos.
Ajude-me agoira, para que eu te auxilie depois. Não me relegues ao esquecimento, nem me condenes à ignorância e a crueldade. Venho ao encontro do tua aspiração, de teu convívio e de tua obra.
Em tua companhia, estou na condição da argila nas mãos do oleiro.
Hoje sou sementeira fragilidade, promessa...
Amanhã, porém serei tua própria realização.
Corrige-me, com amor enquanto a sombra do erro envolver-me o caminho, para que a confiança não me abandone.
Proteja-me contra o mal.
Ensina-me a descobrir o bem.
Não me afastes de Deus, e estimula-me a conservar o amor e o respeito que devo as pessoas, aos animai, e as coisas que nos cercam. Não me negues a tua boa vontade, teu carinho e tua paciência. Tenho tanta necessidade do teu coração, quanto a plantinha tenra precisa da água, para viver e prosperar.
Dá-me tua bondade e dar-te-ei a cooperação. De ti depende que eu seja pior ou melhor amanhã." (Emmanuel)
Meus filhos, não somos peixes
E a comida não é isca
Leiamos juntos a estória
Do pobre Jucá Lambisca
Rabugento e malcriado
Esperto como faísca
Era um menino guloso
O nosso Jucá Lambisca
Toda hora na dispensa
Pé macio e mão ligeira
O maroto parecia
Um rato na prateleira.
No instante das refeições
Afligindo os próprios pais
Ele comia depressa
Repetindo: Quero mais!
Gritava: Quero mais peixe
Quero mais leite e mais pão
Quero mais sopa no prato
Mais arroz e mais feijão.
Dona Nicota falava
Ao vê-lo sobre o pudim
_Meu filho, escute! Você
Não deve comer assim!
Mas o Jucá respondão
Gritava, erguendo a colher:
_A senhora nada sabe
_Eu como quanto quiser.
Na escola, Jucá furtava
Pastéis, bananas pepinos
Tomando a força a merenda
Das mãos dos outros meninos.
A vida de nosso Jucá
Era comer e comer
Mas foi ficando pesado
E a barriguinha a crescer
Gabriela a companheira
Da cozinha e do quintal
Falava triste: _Ah! meu Jucá,
A sua vida vai mal.
Não valiam bons conselhos
Do papai ou da vovó,
Fugia de todo estudo
Queria a panela só...
Espíritos benfeitores
No Lar em prece, ao seu lado,
Preveniam caridosos
_Meu filho tenha cuidado.
Mas depois das orações,
O nosso Jucá sem fé
Comia restos do prato
Na terrina e no cuité.
A todo instante aumentava
A grande comedoria
Sujava a cozinha e copa
Procurando papa fria.
Um dia caiu doente
E o doutor João do sobrado
Receitou: Este garoto
Precisa comer regrado
Mas alta noite ele foge...
E mais tarde a Gabriela
Viu que o Jucá estava morto,
Debruçado na gamela.
Muito triste o caso dele
Citado! Embora gordinho,
O Jucá morreu cansado
De tanto comer toucinho.
NA ESPÍRITUALIDADE
Médium Waldo Vieira
Desencarnado, o Lambisca
Na vida espiritual
Estava do mesmo jeito
E o barrigão tal e qual
Acorda num campo lindo....
E agora, que não mais dorme
Vê muita gente a sorrir
Por vê-lo de pança enorme.
Tem a impressão de trazer
O peso de um grande bumbo
Quer levantar-se, porém
A pança cai como chumbo.
E o Jucá revoltado
Ergue os punhos pesadões
Contra tudo e contra todos
A murros e pescoções.
Depois berra:- Esta barriga
É grandona mas é minha
Eu quero comer no tacho
Quero morar na cosinha!
Um sábio apareceu e fala
_O Lambisca não regula
Enlouqueceu de repente
De tanto cair na gula.
Foi preciso, então prende-lo...
Amarrado e furioso,
O pequeno parecia
Um cachorrinho raivoso.
Os protetores, após
Guarda-lo em corda segura
Oravam, dando-lhe passes
Com bondade e com docura.
Viu-se logo o olhar do Jucá
Fazer-se brando, e mais brando....
O menino foi dormindo
E a barriguinha murchando.
Os amigos decidiram,
Assim como um grande povo,
Que o Jucá afim de curar-se
Devia nascer de novo.
Lambisca a dormir, coitado,
Ele tão forte e mandão,
Renasceu muito pequeno,
Um simples bebê chorão.
E para esquecer a gula
Cresceu doente e magrinho
Só bebia caldo leve
Sem feijão e sem toucinho.
FIM
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