sexta-feira, 20 de agosto de 2010

JUCÁ LAMBISCA

De Casimiro Cunha

Psicografado por Francisco C Xavier

Tema: Gula

Para crianças de 5 a 12 Anos

Oração da Criança (Emmanuel)

"Amigos.

Ajude-me agoira, para que eu te auxilie depois. Não me relegues ao esquecimento, nem me condenes à ignorância e a crueldade. Venho ao encontro do tua aspiração, de teu convívio e de tua obra.

Em tua companhia, estou na condição da argila nas mãos do oleiro.

Hoje sou sementeira fragilidade, promessa...

Amanhã, porém serei tua própria realização.

Corrige-me, com amor enquanto a sombra do erro envolver-me o caminho, para que a confiança não me abandone.

Proteja-me contra o mal.

Ensina-me a descobrir o bem.

Não me afastes de Deus, e estimula-me a conservar o amor e o respeito que devo as pessoas, aos animai, e as coisas que nos cercam. Não me negues a tua boa vontade, teu carinho e tua paciência. Tenho tanta necessidade do teu coração, quanto a plantinha tenra precisa da água, para viver e prosperar.

Dá-me tua bondade e dar-te-ei a cooperação. De ti depende que eu seja pior ou melhor amanhã." (Emmanuel)

Meus filhos, não somos peixes

E a comida não é isca

Leiamos juntos a estória

Do pobre Jucá Lambisca

Rabugento e malcriado

Esperto como faísca

Era um menino guloso

O nosso Jucá Lambisca

Toda hora na dispensa

Pé macio e mão ligeira

O maroto parecia

Um rato na prateleira.

No instante das refeições

Afligindo os próprios pais

Ele comia depressa

Repetindo: Quero mais!

Gritava: Quero mais peixe

Quero mais leite e mais pão

Quero mais sopa no prato

Mais arroz e mais feijão.

Dona Nicota falava

Ao vê-lo sobre o pudim

_Meu filho, escute! Você

Não deve comer assim!

Mas o Jucá respondão

Gritava, erguendo a colher:

_A senhora nada sabe

_Eu como quanto quiser.

Na escola, Jucá furtava

Pastéis, bananas pepinos

Tomando a força a merenda

Das mãos dos outros meninos.

A vida de nosso Jucá

Era comer e comer

Mas foi ficando pesado

E a barriguinha a crescer

Gabriela a companheira

Da cozinha e do quintal

Falava triste: _Ah! meu Jucá,

A sua vida vai mal.

Não valiam bons conselhos

Do papai ou da vovó,

Fugia de todo estudo

Queria a panela só...

Espíritos benfeitores

No Lar em prece, ao seu lado,

Preveniam caridosos

_Meu filho tenha cuidado.

Mas depois das orações,

O nosso Jucá sem fé

Comia restos do prato

Na terrina e no cuité.

A todo instante aumentava

A grande comedoria

Sujava a cozinha e copa

Procurando papa fria.

Um dia caiu doente

E o doutor João do sobrado

Receitou: Este garoto

Precisa comer regrado

Mas alta noite ele foge...

E mais tarde a Gabriela

Viu que o Jucá estava morto,

Debruçado na gamela.

Muito triste o caso dele

Citado! Embora gordinho,

O Jucá morreu cansado

De tanto comer toucinho.

NA ESPÍRITUALIDADE

Médium Waldo Vieira

Desencarnado, o Lambisca

Na vida espiritual

Estava do mesmo jeito

E o barrigão tal e qual

Acorda num campo lindo....

E agora, que não mais dorme

Vê muita gente a sorrir

Por vê-lo de pança enorme.

Tem a impressão de trazer

O peso de um grande bumbo

Quer levantar-se, porém

A pança cai como chumbo.

E o Jucá revoltado

Ergue os punhos pesadões

Contra tudo e contra todos

A murros e pescoções.

Depois berra:- Esta barriga

É grandona mas é minha

Eu quero comer no tacho

Quero morar na cosinha!

Um sábio apareceu e fala

_O Lambisca não regula

Enlouqueceu de repente

De tanto cair na gula.

Foi preciso, então prende-lo...

Amarrado e furioso,

O pequeno parecia

Um cachorrinho raivoso.

Os protetores, após

Guarda-lo em corda segura

Oravam, dando-lhe passes

Com bondade e com docura.

Viu-se logo o olhar do Jucá

Fazer-se brando, e mais brando....

O menino foi dormindo

E a barriguinha murchando.

Os amigos decidiram,

Assim como um grande povo,

Que o Jucá afim de curar-se

Devia nascer de novo.

Lambisca a dormir, coitado,

Ele tão forte e mandão,

Renasceu muito pequeno,

Um simples bebê chorão.

E para esquecer a gula

Cresceu doente e magrinho

Só bebia caldo leve

Sem feijão e sem toucinho.

FIM

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