sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O FUJÃO

De Roque Jacinto

Tema: Amor ao Lar

Paulinho fugira de casa. Por mais que quisesse ir sozinho, Pitoco o cãozinho, ia a acompanhá-lo.

_Não volto mais, nunca mais... Dizia.

_Eu também, dizia Pitoco.

O menino bateu em Pitoco com uma vara. Tudo inútil porém. Pitoco teimava em segui-lo.

_De o fora Pitoco!

_Ahumm- vou ajudar você, rosnou o cãozinho.

Paulinho disse: Adeus! E tudo ficou para traz porque ele seguiu o seu rumo.

Os pais de Paulinho, ficaram desesperados.

Ele, contudo, lá longe fazia mil artes. Subiu numa laranjeira derrubando os frutos e quebrando-lhe os galhos. A árvore pobrezinha, ficou a chorar.

_Ai... Ai... Ajude-me por amor de Jesus!

A vaquinha que pastava próximo, compadecida disse: Pobre infeliz.

Na chácara de seu Zico, além de quebrar porteira da granja, soltou todas as galinhas, e Pitoco latia furioso.

_Au... uf... uf...Au... Au...

Paulinho, pendurou-se na traseira de um caminhão, até que uma sacudidela maior o atirou ao chão. Pitoco, ficou a lamber-lhe os arranhões.

_Acuda... gritava!

_Estou ajudando disse o cachorrinho.

Já era noite. Paulinho e Pitoco ficaram na estrada deserta. Percebeu que não mais sabia o caminho de volta. E choramingou de fome.

_Ruuuumm... Fez Pitoco.

_Que é Pitoco?

_Siga-me. E, apanhando Paulinho pela barra da calça, lá se voltou para a direção do lar abandonado.

Na volta enfrente a granja de Seu Zico, Paulinho foi pedir um pedaço de Pão. Envergonhado pelo que fizera, contou tudo ao seu Zico, principalmente, a arte daninha de soltar as galinhas.

_Quero recolher as galinhas.

_Está bem Paulinho.

Querendo reparar o mal, pediu licença para reunir de novo as galinhas no galinheiro. Seu Zico concordou. E lá se foram os três.

_Au... Au... Au... ladrava o cachorro.

_Co... co... Ro...Co... cacarejavam as galinhas.

_Chiii... Chiiii... Cibaaa... Chibaaa... gritava Paulinho atrás das galinhas.

Sempre puxado por Pitoco, Paulinho ouviu a laranjeira chorando. Apiedou-se dela e com lenços amarrou os galhos partidos. Pronto disse contente, esfregando as mãos. Perdoe-me! Disse.

_Sim respondeu a laranjeira.

Já em casa, confessou-se arrependido. A mãe disse-lhe:

_Ainda bem que você teve a coragem de corrigir os seus erros. Se errar é mau, pior é ficar indiferente aos males praticados.

_Este é o seu Lar! Disse a mamãe.

_Nunca mais fugirei, disse Paulinho.

Abraçando Pitoco, o bom amigo, Paulinho guardou muito bem a lição.

A nossa casa, nosso lar é o MELHOR LUGAR DO MUNDO!

_É claro... rosnou Pitoco!

FIM

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